A demanda por profissionais de tecnologia vem crescendo constantemente e mais de 2 milhões de pessoas devem ser empregadas nos próximos 10 anos. Por conta do aquecimento do mercado, muitos profissionais estão avançando rápido em suas carreiras, pulando etapas importantes de aprendizado e, com isso, conquistando uma senioridade artificial.
Quem nunca se questionou em qual nível de carreira se encaixava? Será que é júnior, pleno ou sênior? Neste artigo iremos explicar as principais diferenças entre os três níveis, o que é senioridade artificial e como ela pode impactar a carreiras das pessoas.
O que é senioridade artificial?
Há alguns anos o mundo está enfrentando o déficit de profissionais de tecnologia da informação. Um estudo realizado pela Softex, aponta que até 2022 o Brasil deverá conviver com um déficit de 408 mil talentos.
Considerando este déficit e a competição que empresas brasileiras estão enfrentando com o mercado exterior, rapidamente, alguns profissionais começaram a avançar em suas carreiras. Em entrevista realizada com a Talent Acquisition Leader Sofia Kroeff, conseguimos entender um pouco mais sobre este fenômeno.
Ela explica que a senioridade de uma pessoa está atribuída a sua maturidade profissional e também suas soft skills. “Senioridade é uma mescla de conhecimentos técnicos e questões comportamentais. Uma pessoa pode ter conhecimentos técnicos básicos, mas por questões comportamentais – ao saber lidar com conflitos, trabalhar bem em equipe e ter uma curva de aprendizado maior – ela evolui rapidamente.”
Porém, ao falar em senioridade artificial estamos falando sobre a senioridade “fake”, como o próprio nome sugere. Isso pode acontecer por diferentes razões:
- Déficit de profissionais da área da tecnologia da informação;
- Falta de conhecimento técnico;
- Promoções rápidas sem aprofundamento de conhecimentos;
- Não possuir maturidade profissional para assumir certas responsabilidades.
Principais impactos da senioridade artificial
Por promover os profissionais ainda em sua fase júnior, quando estão aprofundando seus conhecimentos e desenvolvendo soft e hard skills, diversos impactos podem ser percebidos ao atingirem esta senioridade rapidamente.
– É comum que profissionais que atuam na área da TI recebam propostas com frequência. Em alguns casos, inclusive, uma pessoa que ainda é considerada júnior pode receber uma proposta para se tornar pleno e a empresa (para não perder este talento) decide promover a pessoa. Nesse caso, o principal impacto está no que esperar deste profissional – explica.
A partir do momento que ele será remunerado a nível pleno, suas entregas deverão ser realizadas desta forma. Porém, segundo ela, nem sempre uma pessoa que possui apenas um ano de experiência como júnior conseguirá atingir este nível, pois ainda estava passando por processos de aprendizados importantes.
Quando questionada sobre as soluções para a senioridade artificial, Sofia explica que este é um processo que envolve colaborador e empresa. Para o colaborador é importante exercitar o autoconhecimento para entender em qual nível ele se encaixa (júnior, pleno ou sênior) e refletir sobre as propostas que realmente façam sentido com o seu aprendizado, se comprometendo com as entregas.
Já as empresas devem investir em profissionais que estão iniciando na carreira. Ela reforça sobre a importância de avaliar as habilidades comportamentais de uma pessoa e investir em sua capacitação.
– É importante dar oportunidade para uma pessoa júnior que tem sede de conhecimento. A empresa poderá investir mais em questão de desenvolvimento técnico, porém isso também aumenta a conexão com o colaborador. Normalmente, essas pessoas tendem a ficar mais tempo na empresa – afirma.
Qual a diferença entre uma pessoa júnior, pleno ou sênior?
É normal que essas dúvidas apareçam quando pessoas preparam um currículo ou se candidatam para uma vaga. Como mencionamos anteriormente, não existem regras definidas sobre o tempo, pois cada profissional apresenta uma curva de aprendizado diferente.
No entanto, para facilitar o entendimento sobre cada nível, resolvemos trazer algumas características gerais sobre cada uma delas:
Nível Júnior
Neste primeiro nível a pessoa pode ser uma recém-graduada que está iniciando sua carreira e não possui muitas experiências na área ou tem uma média de 0 a 3 anos de experiência.
Além disso, ela deve ter paixão por aprender, comprometimento com o trabalho e conhecimentos teóricos gerais sobre TI. Dominar recursos básicos da linguagem é outro ponto importante para esta pessoa em início de carreira.
Normalmente, este profissional terá um escopo de trabalho bem definido e assumirá tarefas mais simples e que não exijam um conhecimento técnico mais apurado.
Nível Pleno
Esta pessoa possui maior maturidade profissional, portanto, executa tarefas mais complexas e possui um poder de decisão mais limitado, respondendo apenas ao seu superior.
Ela tem em média 5 anos de experiência em projetos dos mais variados tipos, já possui capacidade de ensinar o que sabe para outras pessoas e tem iniciativa para buscar maneiras diferentes de resolver problemas. Porém, é importante lembrar que apesar da autonomia deste profissional, ele ainda precisa de um mentor.
Nível Sênior
O profissional sênior carrega uma ampla bagagem de conhecimento de soft e hard skills, possui experiência na resolução de problemas de alta complexidade, tem capacidade de delegar tarefas com assertividade e geralmente possui mais de 8 anos de experiência na área.
Este profissional terá uma mentalidade de cientista, buscando experiências e inovações cotidianamente e será especialista em mentoria e desenvolvimento de novos talentos.
E aí, já sabe em qual nível você se encaixa?
É importante lembrar que cada pessoa possui suas particularidades e experiências, portanto, não é possível estipular um tempo específico para cada uma atingir cada nível. Caso esteja na dúvida sobre qual posição você se encaixa, pense a respeito de suas experiências, conhecimentos técnicos e soft skills.
Esperamos que nosso artigo o tenha auxiliado na compreensão do assunto. Caso tenha qualquer dúvida, fique à vontade para deixar um comentário. Faremos questão em lhe auxiliar.