Chegamos no Mês da Pessoa Programadora e, por coincidência, encerramos um projeto que enche nossos corações de orgulho: o Let’s Go Girls. Ao longo de treze semanas a iniciativa tinha como objetivo profissionalizar mulheres na área da programação de forma totalmente gratuita.
O projeto que acontecia nas noites de quarta-feira e contava com o auxílio de especialistas para desenvolver soft e hard skills das membras, terminou trazendo diferentes aprendizados e novas oportunidades no mercado de trabalho.
De acordo com uma pesquisa realizada pela ONU Mulheres em colaboração com a Serasa Experian, em 2018, ainda hoje o mercado tecnológico é dominado em sua maior parte por homens, tendo apenas 17% de mulheres na programação .
Lançamento do projeto Let’s Go Girls
Para tornar a TI ainda mais diversa e inclusiva, a Datum apostou em lançar o projeto Let’s Go Girls, voltado exclusivamente para mulheres e que possui como objetivo ensinar programação básica com linguagem React e soft skills.
Para contar um pouco mais sobre a experiência de participar da iniciativa, convidamos Beatriz Maciel e Débora Rodrigues para falar a respeito de suas vivências ao longo deste período. No bate-papo elas abordaram a importância de ver mais mulheres na TI, como criar coragem para investir em uma transição de carreira e muito mais!
“Foi muito importante essa rede de apoio de outras mulheres para eu fazer a minha transição de carreira. Quando se é mulher, a gente acaba impactando outras pessoas. Seja um familiar ou até mesmo uma comunidade.”
Beatriz Maciel, 27, mora na cidade do Rio de Janeiro e está fazendo Doutorado em Antropologia. Agora você deve estar se perguntando, mas o que isso tem a ver com tecnologia?
A garota comenta que a afinidade com a programação surgiu ainda na infância, quando escrevia em blogs e teve seu primeiro contato com a programação básica para dividir suas ideias naquele espaço virtual.
No entanto, isso havia sido deixado de lado até voltar a ter contato com a linguagem de programação durante o seu mestrado em Sociologia para analisar dados, fazendo com que sua curiosidade sobre o tema aumentasse e um questionamento surgisse: e se a programação for uma opção?
Para Debora, 29, o processo foi um pouco diferente. A paulista é tecnóloga em nutrição e vem de uma carreira de aproximadamente 9 anos na indústria de alimentos. Lá ela passou por diferentes cargos, chegando ao nível de responsável técnica, porém, percebendo que não teria o reconhecimento pessoal e monetário que esperava.
— Nesse período eu comecei a ter muito acúmulo de funções e eu não me sentia apoiada, com picos de ansiedade e pressão alta. Foi quando comecei a fazer doces para vender para amigos e na empresa e então decidi pedir demissão.
Transição de carreira: a importância do projeto
Em fevereiro deste ano, Débora começou a dar os primeiros passos em direção a programação. Enquanto isso, Beatriz já vinha aprendendo mais sobre a área desde junho de 2020. Nesta etapa de transição de carreira as duas mulheres se depararam com a oportunidade de participar da iniciativa datuaniana: Let’s Go Girls.
— Se não tivessem iniciativas para mulheres, eu nunca teria de fato entrado na programação porque eu nunca teria imaginado que seria possível sem cursar uma faculdade — explica Beatriz.
O projeto tinha como objetivo mudar a vida de quinze mulheres e a cada aula as especialistas traziam lições importantes, como o posicionamento da plataforma LinkedIn para a transição de carreira, criatividade e agilidade, resolução de problemas e relacionamento interpessoal.
De acordo com Débora, a iniciativa foi essencial, pois abordava temas para além do conhecimento técnico, apostando em empoderar mulheres.
— Volta e meia aparece a síndrome da impostora. Por mais que você esteja evoluindo, aprendendo e dentro de uma empresa, aquela voz acaba voltando e você precisa de uma rede de apoio de outras pessoas que estão passando pela mesma situação para se acalmar.
Unindo os aprendizados ao longo destas semanas, ao final do Let’s Go Girls, o projeto reuniu todo o conhecimento adquirido para a construção de um portfólio, auxiliandoas mulheres em processos seletivos.
Lições aprendidas no Let’s Go Girls
Quando questionadas sobre as lições aprendidas durante este processo, Beatriz comenta que o principal aprendizado foi aprender a respeitar os processos sem pular etapas.
— Eu precisei fixar bastante as minhas bases. Além disso, eu acho que o planejamento de conteúdos feito pelo Let’s Go Girls, ao ensinar primeiro HTML e CSS foi extremamente esclarecedor. O aprendizado foi se concretizando, através de um olhar com detalhes.
Neste ano as duas participantes conseguiram fazer a sua transição de carreira. Aproveitamos para perguntar sobre o impacto de ver outras mulheres no mercado da tecnologia e a importância desta primeira oportunidade de trabalho.
— Para mim foi importante pois eu me senti mais empoderada e capaz de fazer isso também. Eu senti que eu tinha uma rede de apoio para tirar dúvidas, conversar sobre as minhas dificuldades sem ser julgada e eu senti que eu estava em um ambiente seguro para ser eu mesma — explica, Débora.
Além disso, Beatriz complementou a fala da colega, reforçando sobre a importância de escolher uma empresa que compreenda e apoie o seu processo de aprendizagem. Para ela, outro ponto importante para que as mulheres tenham ainda mais destaque na área é o fato de divulgarem o que estão fazendo.
— Nós também precisamos nos mostrar, publicar na internet, mostrar o que está fazendo e aprendendo. Entender quem são as pessoas que são referência na área e se cercar da comunidade da TI — complementa.
Finalizamos a primeira edição do Let’s Go Girls com muitos aprendizados e com a sensação de dever cumprido, sabendo que a Datum auxiliou mulheres a ativarem o seu protagonismo no mercado de TI. Aguardem, pois em breve divulgaremos a próxima edição do projeto.